Durante a gestação, o coração fica mais acelerado, mesmo em repouso. Isso ocorre devido à quantidade de sangue bombeada pelo músculo cardíaco por minuto que aumenta entre 30 e 50% na gravidez. À medida que o coração trabalha mais, a frequência cardíaca em repouso vai de 70 pulsações por minuto para 80 ou 100, não devendo ultrapassar em repouso 110.
Na gravidez, 2 litros de sangue a mais circulam pelo corpo da gestante a fim de fornecer oxigênio e nutrientes à placenta e ao feto. Aquelas que não apresentam problema cardíaco poderão sentir um leve desconforto ao caminhar, subir um lance de escadas ou realizar qualquer outra atividade que exija esforço. São pequenas palpitações que não chegam a causar dor no peito e que desaparecem após o parto.
A gravidez exige que o coração trabalhe intensamente. Consequentemente, a gestação pode piorar um distúrbio cardiovascular ou fazer com que um distúrbio cardiovascular produza sintomas pela primeira vez. Por isso, é importante fazer uma avaliação cardiológica antes da gravidez, uma vez que muitas mulheres desconhecem que possuem problemas no coração. Na gestação, uma possível complicação cardíaca não detectada anteriormente pode ficar mais evidente, por isso a necessidade de um check-up.
Mulheres que já apresentam alguma doença do coração devem ser acompanhadas por um cardiologista antes, durante e após a gestação para que mãe e bebê fiquem bem e saudáveis. Se a mulher apresenta falta de ar ao esforço ou na hora de dormir, palpitações, e se existe algum sinal de mais cansaço do que o normal, antes de engravidar é necessário relatar esses sintomas ao obstetra para que ele peça uma avaliação cardiológica e possa corrigir possíveis doenças do coração antes da gestação.
A maioria das mulheres com distúrbios cardiovasculares – incluindo valvulopatias (como o prolapso da válvula mitral) e alguns defeitos congênitos do coração – podem dar à luz crianças saudáveis em segurança, sem quaisquer efeitos nocivos permanentes no funcionamento do coração ou na expectativa de vida. No entanto, as mulheres que têm insuficiência cardíaca moderada ou grave antes da gestação correm um risco considerável de problemas. Antes de engravidar, essas mulheres devem conversar com o médico para terem certeza de que os distúrbios estão sendo tratados da maneira o mais eficaz possível.
Embora o músculo cardíaco sofra mudanças fisiológicas, o órgão está plenamente preparado para o aumento de ritmo e intensidade. Fique atenta ao ganho de peso. O ideal é engordar, no máximo, 10 quilos durante a gestação. Acima desse peso, o músculo cardíaco sofre sobrecarga e precisa trabalhar ainda mais. Seguindo as orientações de seu obstetra quanto à alimentação, atividade física entre outras, você poderá curtir tranquilamente sua gravidez sabendo que tanto a mãe quanto o bebê estão bem cuidados.