Doação de óvulos

Em um ciclo de doação de óvulos, a doadora passa pela estimulação ovariana da mesma forma que passaria para um ciclo de FIV. Os óvulos captados podem ser compartilhados com uma receptora, ou podem ser doados em sua totalidade. Caso a doação seja compartilhada, os óvulos que permanecerem com a doadora são fertilizados com os espermatozoides de seu próprio parceiro ou doador de sua escolha. Os óvulos doados são fertilizados com os espermatozoides do parceiro da receptora, ou do doador de sua escolha.

Os embriões formados a partir dos óvulos doados são, então, transferidos para o útero da receptora, ou criopreservados para transferência em ciclo posterior.

A idade máxima para uma mulher ser doadora de óvulos é 37 anos. Independente da doação ser parcial ou total, chamamos de doação compartilhada, uma vez que a receptora custeia parte do tratamento da doadora. A doação de óvulos é de caráter não-lucrativo (a doadora não recebe recompensa financeira, apenas tem parte do seu tratamento custeado), sendo a equipe médica responsável pela mediação da relação de custeio de tratamento. As doadoras não devem conhecer a identidade das receptores e vice-versa, exceto na doação de gametas para parentesco de até 4º (quarto) grau (mãe, filha, avós, irmã, tias, sobrinhas e primas).

O procedimento de doação/ recepção de óvulos é indicado para:

- Mulheres com baixa reserva ovariana (idade avançada ou falência ovariana precoce);
- Tratamentos anteriores de FIV com ausência de embriões geneticamente normais;
- Pacientes que não possuem ovário, ou possuem alguma alteração que impossibilite a produção de óvulos.

Doação de sêmen

Recorrer ao sêmen de doador pode ser uma opção para casais com fator masculino severo ou azoospermia, casais em que o homem apresente alterações de cariótipo, e para mulheres que não possuem um parceiro e desejam seguir com a produção independente.

Para adquirir um sêmen de doador, os pacientes devem recorrer a um banco de sêmen, o qual fornecerá as características dos doadores anônimos para que os interessados possam basear sua escolha. Assim como na doação de óvulos, os doadores de sêmen não recebem recompensa financeira, configurando uma doação voluntária. Entretanto, existe um custo de exames, processamento e manutenção do material com o qual os pacientes devem arcar.

Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa, exceto na doação de gametas para parentesco de até 4º (quarto) grau (pai, filho, avôs, irmão, tios, sobrinhos e primos). A idade limite para a doação de gametas é 45 anos para o homem.

Tanto as doadoras de óvulos como os doadores de sêmen são submetidos a uma série de exames que atestam condições de saúde favoráveis à doação dos gametas. Embora em outros países os doadores possam receber compensação financeira, aqui no Brasil a doação deve ser voluntária.

Doação de embriões

Uma vez criopreservados, os embriões excedentes devem ser mantidos por no mínimo três anos, não podendo ser descartados antes desse prazo, de acordo com a atual resolução nº 2294/2021 do Conselho Federal de Medicina. Um destino alternativo, entretanto, seria a doação desses embriões para outros casais, o que pode ser realizado a qualquer momento (antes ou após o prazo dos três anos). Os embriões criopreservados com três anos ou mais poderão ser descartados se essa for a vontade expressa dos pacientes, assim como os abandonados, ambos mediante autorização judicial.

A doação dos embriões, assim como a de óvulos, deve ser sem fins lucrativos e deve seguir o limite de idade de 37 anos para mulheres (ou a idade do óvulo do qual tenha se originado, em caso de receptoras de óvulos) e de 45 anos para o homem. Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa, exceto na doação de gametas para parentesco de até 4º (quarto) grau, de um dos receptores (primeiro grau - pais/filhos; segundo grau - avós/irmãos; terceiro grau - tios/sobrinhos; quarto grau - primos), desde que não incorra em consanguinidade.

Após a identificação, pela equipe médica, de características compatíveis entre os pais biológicos e os que vão receber o(s) embrião(ões), o médico responsável inicia o preparo endometrial da receptora para que o descongelamento dos embriões seja programada e a transferência possa ser realizada.

Existe também a possibilidade dos embriões excedentes de um casal serem doados a fresco, ao invés de serem criopreservados. Nesse caso, é necessário que essa opção seja esclarecida no início do tratamento do casal doador, para que o preparo endometrial da receptora para transferência seja sincronizado de acordo. Caso contrário, os embriões deverão ser criopreservados para transferência no momento correto.